Calmo regresso...

Nas últimas semanas tenho verificado que tanto o blog como a página no Facebook têm tido novas visitas e novos apoiantes e, apesar de nos últimos tempos não me ter dedicado a este projecto, maravilhou-me verificar que este projecto para a comunidade continua vivo (comentem e partilhem os conteúdos para eu saber que continuam aí comigo!). É para aqueles que continuam a acreditar que hoje escrevo!

Quando criei este blog queria abraçar um novo e diferente projecto, criar um blog que não fosse só sobre receitas, queria criar algo mais, envolver todos na utilização de ervas aromáticas e especiarias. Eu adoro misturar sabores e texturas e era esse meu gosto, essa vontade de experimentar que vos queria transmitir, fazer com que tal como eu experimentassem. A ideia (utópica) de publicar diariamente ora uma notícia sobre uma erva aromática ou especiaria ora uma receita que mostrava uma utilização prática dessa erva aromática ou especiaria tornou-se difícil de acompanhar. Para mim, ou se fazem as coisas na perfeição ou simplesmente não se perde tempo a tentar e, assim, este meu projecto foi ultrapassado por outros.

Não vou voltar à ideia anterior, a minha vida profissional não me permite manter esse ritmo, por isso, não faço promessas que não posso cumprir, apenas vos comunico que me sinto agradecida aos que continuam a acreditar e que irei regressar calmamente a este projecto. 
Apesar da última publicação com conteúdo útil ter sido há muito tempo, ainda existe alguma falta de informação sobre a base da culinária, das técnicas, ingredientes, das ervas aromáticas e especiarias e como eu sou uma pessoa que gosta de estudar, aprender, experimentar coisas novas e partilhar informação, continuo a acreditar que o meu blog continua a ser diferente dos demais. Talvez agora explore mais o lado teórico do blog durante algum tempo e deixo para as férias o lado prático e a publicação de receitas (sim, porque isto de ir para a cozinhar, experimentar/testar, fotografar e publicar diariamente é um emprego a tempo inteiro! já não conto as horas dedicadas no mercado e supermercado à procura daquele ingrediente!). Veremos...

Espero não desiludir!

Bom Ano a todos e obrigada :)

De volta!

Quero desejar a todos um BOM ANO e que 2014 seja cheio de sucesso, saúde, amor e, claro, de excelentes cozinhados! :)

Obrigada pelas visitas!

Sopa de Feijão Verde Aromatizada

As sopas são de facto bastante nutritivas e quando ingeridas no início da refeição aportam uma série de benefícios! Todavia nem sempre temos ideias para fazer uma sopa diferente do tradicional. Esta sugestão pode ser feita sem a adição da erva aromática utilizada, mas ao fazê-lo está-se a voltar ao tradicional mas eu gosto de fundir sabores! Se a segurelha combina com feijão, por que não uma sopa de feijão verde com segurelha?!

Tempo de Preparação:
30-45 minutos 

Ingredientes para 3-4 pessoas:
½ cenoura
1 caldo de galinhas ou legumes
1 ramo de segurelha
2 batatas
2 cebolas
Água q.b.
Feijão verde q.b.
Sal q.b.

Preparação:
Colocar na Bimby a cenoura, as batatas e as cebolas descascadas e programar uns segundos na velocidade 5. 
Adicionar o ramo de segurelha lavado, o caldo e a água até cobrir e programar a Bimby 30 minutos à velocidade 1 e temperatura varoma.
Preparar o feijão verde e cortá-lo. Para que a sopa fique pronta em 30 minutos, colocar o feijão a cozer na varoma.
No fim do tempo de cozedura retirar a segurelha e triturar a base da sopa.
Juntar o feijão verde. Se o feijão verde não cozinhou na varoma, adicionar o feijão verde e programar 15 minutos à velocidade 1 e temperatura varoma.
Rectificar os temperos e verificar se o feijão ficou cozido.

Utilizei feijão verde biológico, pelo que os tempos acima indicados poderão ser diferentes. É preferível programar 10 minutos para a cozedura do feijão e aumentar o tempo se necessário.

Sugestão:
Acompanhar com um chá morno.



Segurelha • Espécies de Satureja

É conhecida na Europa por "erva pimenta" e pode ser utilizada como substituta da pimenta preta devido ao seu sabor apimentado. Foi introduzida no Norte da Europa pelos Romanos e na América pelos primeiros colonos e era dos condimentos mais fortes que existia na Europa antes da variedade de especiarias que existe ter chegado à Europa.

Origens & Variedades Satureja: as variedades mais utilizadas são a Segurelha-de-verão, com origem no Leste do Mediterrâneo e no Cáucaso, e Segurelha-de-inverno ou (também chamada de Segurelha-das-montanhas ou Pimenta-do-Burro, na Provença), oriunda do Sul da Europa, Turquia e Norte de África.

Disponibilidade: folhas e flores.

Características: o sabor é levemente apimentado, sendo o sabor da segurelha-de-inverno mais forte. O odor da segurelha-de-verão faz lembrar o tomilho, hortelã e manjerona e o odor da segurelha-de-inverno, também mais forte, possui notas de pinho e de salva.

Uso culinário: combina com pratos de cozedura lenta e com recheios devido ao seu sabor acentuado. Vai bem com pratos de feijão, peixe, carne de carneiro, porco e caça, legumes de raiz, sopas e pizzas.

Essencial: em misturas de ervas finas, ervas de Provença, marinadas de charcutaria, hamburgers e kebab e khmeli suneli.

Condiz: alecrim, alfazema,cominhos, louro e orégãos.

Fim Terapêutico: utilizada para reduzir a dor de picadas de abelhas e vespas, estimula o apetite e trata problemas gástricos e promove a digestão. É um antioxidante natural.

Cultura: ambas as variedades podem ser semeadas e necessitam de solos leves, bem drenados e de muita luz solar.

Lassi de Manga

Olhei para as mangas, olhei para o prato com cheiro indiano que tinha acabado de preparar e pensei: porque não experimentar fazer um lassi? 
O resultado está à vista!

Pode ser utilizado iogurte grego, mas a sua utilização resulta num lassi mais calórico.

Tempo de Preparação:
<5 minutos

Ingrediente para 2 copos:
120 g de água fresca (preferência mineral)
200 g de manga madura descascada e fria
250 g de iogurte natural
50 g de açúcar

Preparação:
Colocar na Bimby todos os ingredientes e programar 1 minuto à velocidade 9.
Servir com gelo.
Se não tiver uma Bimby pode ser utilizada uma liquidificadora ou máquina de sumos.

Sugestão:
Acompanhar com um prato indiano ou uma salada.

Preparação com Restrições - Intolerância à Lactose:
Substituir o iogurte por iogurte de soja ou substituir o iogurte e a água por leite de aveia (fica menos cremoso).



Salada de Rúcula e Manga

Apesar da rúcula ser considerada uma erva aromática, nesta receita é utilizada como ingrediente principal e, por isso, esta salada adquire um sabor forte e apimentado que é contrabalançado pela manga doce e por um molho adocicado. 
Faz as delícias de quem gosta de confundir o amargo com o doce.

Tempo de Preparação:
10 minutos

Ingredientes para 2 pessoas:
½ manga madura (com ou sem casca, consoante o gosto pessoal)
1 colher de sopa de amêndoa palitada
1 tomate maduro
50 g de rúcula lavada

Preparação:
Cortar a manga em cubos e o tomate em oitavos.
Dispor a rúcula numa travessa funda, colocar por cima a manga e o tomate.
Polvilhar com a amêndoa.

Sugestão:
Servir com um molho de Mostarda & Mel e a acompanhar um frango de gengibre e alho.



Rúcula • Eruca vericaria

No século XVIII a rúcula quase desapareceu por completo, tendo sido na Itália o único local que continuou a utilizar esta erva tão popular até ao século XVIII. Após dois séculos de rejeição, a rúcula volta à ribalta, passando a ser das ervas mais utilizadas nas saladas na Europa e na América do Norte. Esta "verdura" é da família da mostarda, sendo classificada como uma erva aromática pelos especialistas. É também conhecida como mostarda-persa, eruca ou arugula.

Origens & Variedades Eruca vericaria: oriunda da Ásia e Sul da Europa. Existe também a rúcula silvestre (Diplotaxis muralis) e a búnia (Bunias orientalis) que apresentam semelhanças com a rúcula propriamente dita.

Disponibilidade: folhas e flores frescas.

Características: as folhas apresentam um sabor pungente e levemente apimentado e um odor quente e também apimentado. As flores possuem um aroma a laranja. A rúcula silvestre possui um sabor mais apimentado que a rúcula e a búnia apresenta um sabor penetrante e àspero, muito semelhante ao do rábano-silvestre, sendo essencialmente consumida cozinhada.

Uso culinário: as folhas são utilizadas cruas em saladas, pizzas, sanduíche, hambúrgueres, carpaccios ou sumos mas também podem ser utilizadas como cama aromática para saladas, ovos escalfados e pimentos vermelhos assados ou como aromatizante de manteigas e molhos para mariscos. Cozinhada pode ser adicionada a sopas, guisados ou como recheio, por exemplo de raviolis.

Condiz: coentro, endro, hortelã, manjericão e salsa.

Fim Terapêutico: é utilizada no tratamento de anemia, asma e escorbuto, ajuda a prevenir inflamações no intestino e facilita a digestão. É um antioxidante, depurativo e diurérito naturais. Há ainda estudos que indicam que a rúcula ajuda a limitar a degeneração neuronal, sendo bastante útil  no tratamento da doença de Alzheimer, e na prevenção de cancros (pele, pulmões, boca, próstata, mama, ovários, cólon e cervical).

Cultura: fácil de semear, necessita de um local com sombra parcial e de um solo bem drenado e húmido.

Arroz de Feijão & Coentros

Há pratos que chamam por determinados acompanhamentos e exemplo disso são as Pataniscas de Bacalhau que gritam por um bom arroz de feijão. No Norte não se utilizam muito os coentros como no Sul do país, mas a adição de coentros eleva o arroz a outro nível e acredito que qualquer pessoa irá gostar!

Tempo de Preparação:
20 minutos

Ingredientes para 4 pessoas:
1 cebola 
1 dente de alho 
1 ramo de coentros frescos 
Água q.b.
Arroz carolino
Feijão cozido (encarnado ou branco, consoante o gosto pessoal)
Óleo q.b.
Sal q.b.

Preparação:
Começar por picar a cebola e o alho e colocar a refogar no óleo.
Adicionar o arroz e quando começar a ficar translúcido juntar o feijão.
Não faço arroz por medida, como já tinha referido anteriormente, à técnica de ⅔ de água na caçarola adicionar um pouco mais de água  (sem deslocar a colher de pau). 
Adicionar sal e coentros picados e deixar a cozinhar. O arroz não gosta muito de ser mexido enquanto cozinha, por isso, depois de colocar todos os ingredientes evitar mexer e levantar a tampa da caçarola.
Antes de servir polvilhar com mais coentros picados, envolvendo bem o arroz.

Sugestão:
Acompanhar com Entrecosto Grelhado.


Coentro • Coriandrum sativum

O coentro é referido na literatura sânscrita desde o ano 5000 a.C. e nos papiros gregos desde 1550 a.C.. É considerado tanto uma especiaria como uma erva aromática (a distinção entre as duas classificações pode ser encontra em Especiarias & Ervas Aromáticas • Início), sendo muito utilizado nas cozinhas em todo o mundo. Desde o século XVI que a importância do coentro na culinária Portuguesa não sofreu decréscimo ao contrário do resto da Europa. É também conhecido por salsa-chinesa.

Origens & Variedades Coriandrum sativum: oriundo do Mediterrâneo e Ásia Ocidental.

Disponibilidade: folhas frescas ou secas, caules, raízes e sementes inteiras, esmagadas ou moídas.

Características: as folhas, as raízes e as sementes não maduras têm todas o mesmo odor refrescante de gengibre-limonado; o sabor é delicado e complexo, sendo uma mistura de hortelã, pimenta e limão. As sementes maduras possuem um odor doce, lenhoso, picante e com notas florais; o sabor é doce, suave e quente com um travo a casca de laranja.

Uso culinário: o calor intenso ou prolongado reduzem o sabor das folhas, sendo, devendo ser adicionadas no fim da cozedura (excepto quando as folhas são utilizadas em pastas). As sementes maduras quando torradas libertam o seu sabor, sendo utilizadas em muitos pós de caril e masala. As folhas combinam com peixe, marisco, leguminosas e legumes de raíz e as sementes maduras combinam com frango, cogumelos, ameixas e maçãs.

Essencial: as sementes em misturas de caris, chili, berbere, baharat, tabil, harissa e garam masala; as folhas em misturas como chat/green masala, zhoug, ceviche, chimichurri e guacamole; as raizes e caules em caril verde.

Condiz: as sementes secas com alho, canela, funcho, gengibre e pimenta-da-jamaica; as folhas com cebolinho, endro, galanga, hortelã e salsa.

Fim Terapêutico: utilizado no tratamento de enxaquecas, náuseas, reumatismo, dores nas articulações, para ajudar a purificar o sangue e aliviar queimaduras na pele, as sementes eram ainda consideradas um afrodisíaco.

Cultura: necessita de um local quente e soalheiro e de pouca água.