Sopa de Feijão Verde Aromatizada

As sopas são de facto bastante nutritivas e quando ingeridas no início da refeição aportam uma série de benefícios! Todavia nem sempre temos ideias para fazer uma sopa diferente do tradicional. Esta sugestão pode ser feita sem a adição da erva aromática utilizada, mas ao fazê-lo está-se a voltar ao tradicional mas eu gosto de fundir sabores! Se a segurelha combina com feijão, por que não uma sopa de feijão verde com segurelha?!

Tempo de Preparação:
30-45 minutos 

Ingredientes para 3-4 pessoas:
½ cenoura
1 caldo de galinhas ou legumes
1 ramo de segurelha
2 batatas
2 cebolas
Água q.b.
Feijão verde q.b.
Sal q.b.

Preparação:
Colocar na Bimby a cenoura, as batatas e as cebolas descascadas e programar uns segundos na velocidade 5. 
Adicionar o ramo de segurelha lavado, o caldo e a água até cobrir e programar a Bimby 30 minutos à velocidade 1 e temperatura varoma.
Preparar o feijão verde e cortá-lo. Para que a sopa fique pronta em 30 minutos, colocar o feijão a cozer na varoma.
No fim do tempo de cozedura retirar a segurelha e triturar a base da sopa.
Juntar o feijão verde. Se o feijão verde não cozinhou na varoma, adicionar o feijão verde e programar 15 minutos à velocidade 1 e temperatura varoma.
Rectificar os temperos e verificar se o feijão ficou cozido.

Utilizei feijão verde biológico, pelo que os tempos acima indicados poderão ser diferentes. É preferível programar 10 minutos para a cozedura do feijão e aumentar o tempo se necessário.

Sugestão:
Acompanhar com um chá morno.



Segurelha • Espécies de Satureja

É conhecida na Europa por "erva pimenta" e pode ser utilizada como substituta da pimenta preta devido ao seu sabor apimentado. Foi introduzida no Norte da Europa pelos Romanos e na América pelos primeiros colonos e era dos condimentos mais fortes que existia na Europa antes da variedade de especiarias que existe ter chegado à Europa.

Origens & Variedades Satureja: as variedades mais utilizadas são a Segurelha-de-verão, com origem no Leste do Mediterrâneo e no Cáucaso, e Segurelha-de-inverno ou (também chamada de Segurelha-das-montanhas ou Pimenta-do-Burro, na Provença), oriunda do Sul da Europa, Turquia e Norte de África.

Disponibilidade: folhas e flores.

Características: o sabor é levemente apimentado, sendo o sabor da segurelha-de-inverno mais forte. O odor da segurelha-de-verão faz lembrar o tomilho, hortelã e manjerona e o odor da segurelha-de-inverno, também mais forte, possui notas de pinho e de salva.

Uso culinário: combina com pratos de cozedura lenta e com recheios devido ao seu sabor acentuado. Vai bem com pratos de feijão, peixe, carne de carneiro, porco e caça, legumes de raiz, sopas e pizzas.

Essencial: em misturas de ervas finas, ervas de Provença, marinadas de charcutaria, hamburgers e kebab e khmeli suneli.

Condiz: alecrim, alfazema,cominhos, louro e orégãos.

Fim Terapêutico: utilizada para reduzir a dor de picadas de abelhas e vespas, estimula o apetite e trata problemas gástricos e promove a digestão. É um antioxidante natural.

Cultura: ambas as variedades podem ser semeadas e necessitam de solos leves, bem drenados e de muita luz solar.

Lassi de Manga

Olhei para as mangas, olhei para o prato com cheiro indiano que tinha acabado de preparar e pensei: porque não experimentar fazer um lassi? 
O resultado está à vista!

Pode ser utilizado iogurte grego, mas a sua utilização resulta num lassi mais calórico.

Tempo de Preparação:
<5 minutos

Ingrediente para 2 copos:
120 g de água fresca (preferência mineral)
200 g de manga madura descascada e fria
250 g de iogurte natural
50 g de açúcar

Preparação:
Colocar na Bimby todos os ingredientes e programar 1 minuto à velocidade 9.
Servir com gelo.
Se não tiver uma Bimby pode ser utilizada uma liquidificadora ou máquina de sumos.

Sugestão:
Acompanhar com um prato indiano ou uma salada.

Preparação com Restrições - Intolerância à Lactose:
Substituir o iogurte por iogurte de soja ou substituir o iogurte e a água por leite de aveia (fica menos cremoso).



Salada de Rúcula e Manga

Apesar da rúcula ser considerada uma erva aromática, nesta receita é utilizada como ingrediente principal e, por isso, esta salada adquire um sabor forte e apimentado que é contrabalançado pela manga doce e por um molho adocicado. 
Faz as delícias de quem gosta de confundir o amargo com o doce.

Tempo de Preparação:
10 minutos

Ingredientes para 2 pessoas:
½ manga madura (com ou sem casca, consoante o gosto pessoal)
1 colher de sopa de amêndoa palitada
1 tomate maduro
50 g de rúcula lavada

Preparação:
Cortar a manga em cubos e o tomate em oitavos.
Dispor a rúcula numa travessa funda, colocar por cima a manga e o tomate.
Polvilhar com a amêndoa.

Sugestão:
Servir com um molho de Mostarda & Mel e a acompanhar um frango de gengibre e alho.



Rúcula • Eruca vericaria

No século XVIII a rúcula quase desapareceu por completo, tendo sido na Itália o único local que continuou a utilizar esta erva tão popular até ao século XVIII. Após dois séculos de rejeição, a rúcula volta à ribalta, passando a ser das ervas mais utilizadas nas saladas na Europa e na América do Norte. Esta "verdura" é da família da mostarda, sendo classificada como uma erva aromática pelos especialistas. É também conhecida como mostarda-persa, eruca ou arugula.

Origens & Variedades Eruca vericaria: oriunda da Ásia e Sul da Europa. Existe também a rúcula silvestre (Diplotaxis muralis) e a búnia (Bunias orientalis) que apresentam semelhanças com a rúcula propriamente dita.

Disponibilidade: folhas e flores frescas.

Características: as folhas apresentam um sabor pungente e levemente apimentado e um odor quente e também apimentado. As flores possuem um aroma a laranja. A rúcula silvestre possui um sabor mais apimentado que a rúcula e a búnia apresenta um sabor penetrante e àspero, muito semelhante ao do rábano-silvestre, sendo essencialmente consumida cozinhada.

Uso culinário: as folhas são utilizadas cruas em saladas, pizzas, sanduíche, hambúrgueres, carpaccios ou sumos mas também podem ser utilizadas como cama aromática para saladas, ovos escalfados e pimentos vermelhos assados ou como aromatizante de manteigas e molhos para mariscos. Cozinhada pode ser adicionada a sopas, guisados ou como recheio, por exemplo de raviolis.

Condiz: coentro, endro, hortelã, manjericão e salsa.

Fim Terapêutico: é utilizada no tratamento de anemia, asma e escorbuto, ajuda a prevenir inflamações no intestino e facilita a digestão. É um antioxidante, depurativo e diurérito naturais. Há ainda estudos que indicam que a rúcula ajuda a limitar a degeneração neuronal, sendo bastante útil  no tratamento da doença de Alzheimer, e na prevenção de cancros (pele, pulmões, boca, próstata, mama, ovários, cólon e cervical).

Cultura: fácil de semear, necessita de um local com sombra parcial e de um solo bem drenado e húmido.

Arroz de Feijão & Coentros

Há pratos que chamam por determinados acompanhamentos e exemplo disso são as Pataniscas de Bacalhau que gritam por um bom arroz de feijão. No Norte não se utilizam muito os coentros como no Sul do país, mas a adição de coentros eleva o arroz a outro nível e acredito que qualquer pessoa irá gostar!

Tempo de Preparação:
20 minutos

Ingredientes para 4 pessoas:
1 cebola 
1 dente de alho 
1 ramo de coentros frescos 
Água q.b.
Arroz carolino
Feijão cozido (encarnado ou branco, consoante o gosto pessoal)
Óleo q.b.
Sal q.b.

Preparação:
Começar por picar a cebola e o alho e colocar a refogar no óleo.
Adicionar o arroz e quando começar a ficar translúcido juntar o feijão.
Não faço arroz por medida, como já tinha referido anteriormente, à técnica de ⅔ de água na caçarola adicionar um pouco mais de água  (sem deslocar a colher de pau). 
Adicionar sal e coentros picados e deixar a cozinhar. O arroz não gosta muito de ser mexido enquanto cozinha, por isso, depois de colocar todos os ingredientes evitar mexer e levantar a tampa da caçarola.
Antes de servir polvilhar com mais coentros picados, envolvendo bem o arroz.

Sugestão:
Acompanhar com Entrecosto Grelhado.


Coentro • Coriandrum sativum

O coentro é referido na literatura sânscrita desde o ano 5000 a.C. e nos papiros gregos desde 1550 a.C.. É considerado tanto uma especiaria como uma erva aromática (a distinção entre as duas classificações pode ser encontra em Especiarias & Ervas Aromáticas • Início), sendo muito utilizado nas cozinhas em todo o mundo. Desde o século XVI que a importância do coentro na culinária Portuguesa não sofreu decréscimo ao contrário do resto da Europa. É também conhecido por salsa-chinesa.

Origens & Variedades Coriandrum sativum: oriundo do Mediterrâneo e Ásia Ocidental.

Disponibilidade: folhas frescas ou secas, caules, raízes e sementes inteiras, esmagadas ou moídas.

Características: as folhas, as raízes e as sementes não maduras têm todas o mesmo odor refrescante de gengibre-limonado; o sabor é delicado e complexo, sendo uma mistura de hortelã, pimenta e limão. As sementes maduras possuem um odor doce, lenhoso, picante e com notas florais; o sabor é doce, suave e quente com um travo a casca de laranja.

Uso culinário: o calor intenso ou prolongado reduzem o sabor das folhas, sendo, devendo ser adicionadas no fim da cozedura (excepto quando as folhas são utilizadas em pastas). As sementes maduras quando torradas libertam o seu sabor, sendo utilizadas em muitos pós de caril e masala. As folhas combinam com peixe, marisco, leguminosas e legumes de raíz e as sementes maduras combinam com frango, cogumelos, ameixas e maçãs.

Essencial: as sementes em misturas de caris, chili, berbere, baharat, tabil, harissa e garam masala; as folhas em misturas como chat/green masala, zhoug, ceviche, chimichurri e guacamole; as raizes e caules em caril verde.

Condiz: as sementes secas com alho, canela, funcho, gengibre e pimenta-da-jamaica; as folhas com cebolinho, endro, galanga, hortelã e salsa.

Fim Terapêutico: utilizado no tratamento de enxaquecas, náuseas, reumatismo, dores nas articulações, para ajudar a purificar o sangue e aliviar queimaduras na pele, as sementes eram ainda consideradas um afrodisíaco.

Cultura: necessita de um local quente e soalheiro e de pouca água.

Pataniscas de Bacalhau

Aqui em casa há quem considere as pataniscas de bacalhau como um pecado mortal, por isso, volta e meia rendo-me a confeccionar este frito.

Tempo de Preparação:
20 minutos

Ingredientes para 2 pessoas:
1 cebola
1 posta de bacalhau
1 ramo de salsa fresca
2 ovos
Farinha q.b.
Leite q.b.
Óleo q.b.

Preparação:
Bater os ovos com a farinha até obter uma mistura homogénea mas ligeiramente dura.
Adicionar o leite até a mistura ficar cremosa.
Juntar o bacalhau às lascas, a cebola picada fininha e a salsa.
Fritar em óleo quente em
pequenas quantidades de massa.

Sugestão:
Acompanhar com arroz de feijão ou uma salada.

Salsa • Petroselinum crispum

A salsa é uma erva aromática indígena do Mediterrâneo e muito utilizada pelos cozinheiros na Europa. É rica em ferro e vitaminas A e C, contudo contém uma substância que consumida em elevadas quantidades é tóxica, pelo que o consumo da salsa fresca deve ser moderado. É uma erva utilizada como condimento por uns mas como guarnição por outros, principalmente nas culturas anglo-saxónicas.

Origens & Variedades Petroselinum crispum: existem muitas variedades mas as mais conhecidas são a Salsa-frisada, a Salsa-de-folha-lisa e a Salsa-de-hamburgo. A salsa-frisada é uma excelente guarnição, a salsa-de-folha-lisa é a melhor para cozinhar e a salsa-de-hamburgo é uma raiz com um sabor entre a salsa e o aipo-rábano.

Disponibilidade: folhas e raíz, seca ou fresca.

Características: possui um odor ligeiramente picante, com notas de anis e limão e o sabor é forte, herbáceo com um toque apimentado.

Uso culinário: a sua adição confere cor e realça o sabor dos outros alimentos, o seu sabor é mantido mesmo após um longo tempo de cozedura, mas se adicionada no fim da cozedura confere um sabor fresco aos alimentos. É muito utilizada em molhos e recheios, combinando bem com arroz, peixe, frango e a maioria dos legumes

Essencial: em misturas como ramos de cheiros, tabbouleh, ervas finas, gremolata e chimmichurri.

Condiz: alcaparras, cebolinho, estragão, louro, pimenta.

Fim Terapêutico: utilizada como diurético e no tratamento de dores menstruais, cólicas e de artrite. O seu elevado teor em clorofila ajuda a remover odores e o mau hálito.

Cultura: semear em solo fértil e bem drenado. Colocar as sementes de molho em água quente de um dia para o outro acelera o processo de germinação.

Truta Frita

Apesar de não ficar com o mesmo sabor do Chef com quem cresci e aprendi algumas coisinhas, estas trutas ficam excelentes com menos trabalho! Infelizmente tenho a sensação que a foto não lhes faz jus.

Tempo de Preparação:
20 minutos

Ingredientes para 2 pessoas:
½ limão às rodelas
2-3 trutas
Farinha q.b.
Manteiga q.b.
Óleo q.b.
Sal q.b.

Preparação:
Depois de amanhar as trutas, temperá-las com sal (também podem ser temperadas com limão) e passá-las pela farinha.
Aquecer uma frigideira e colocar manteiga com um pouco de óleo para não queimar. 
Fritar as trutas até dourarem.
Servir com rodelas de limão.

Sugestão:
Acompanhar com batata com cominnho ou uma salada.

Preparação com Restrições - Intolerância à Lactose:
Eliminar a manteiga ou substituí-la por manteiga de soja.


Arroz de Curcuma

Queria um arroz cremoso, diferente para acompanhar uma carne grelhada com tempero indiano ou umas espetadas, por isso, resolvi fazer um arroz com curcuma mas em vez de utilizar o habitual arroz de grão longo, resolvi utilizar um arroz de grão curto, vulgo, arroz carolino.
Para um arroz soltinho basta alterar o tipo de arroz a utilizar.

Tempo de Preparação:
20 minutos

Ingredientes para 2 pessoas:
1 caldo de galinha
200 g de arroz carolino
Água q.b.
Curcuma q.b.
Óleo q.b.

Preparação:
Numa caçarola colocar um pouco de óleo a aquecer e juntar o arroz.
Deixar cozinhar um pouco, até os grãos começarem a ficar translúcidos, mexendo de vez em quando.
Adicionar a água, o caldo e a curcuma (a quantidade de curcuma a adicionar é a gosto, quanto mais se adiciona mais amarelo ficará o arroz mas também ficará com um sabor mais terroso, dependendo da qualidade da curcuma). Como se adiciona o caldo não é necessário adicionar sal.

Não faço arroz por medida, quer seja para obter um arroz seco e solto, quer seja para obter um arroz cremoso. A técnica que utilizo é ⅔ de água na caçarola para o arroz seco e solto.
O arroz não gosta muito de ser mexido enquanto cozinha, por isso, depois de colocar todos os ingredientes evite mexer-lhe e evite levantar a tampa da caçarola, ouça a fervura do arroz.

Sugestão:
Servir acompanhado com carne grelhada ou umas espetadas e um lassi de manga.




Curcuma • Curcuma longa

A Curcuma ou Açafrão-da-Índia é membro da família do gengibre, sendo uma especiaria utilizada como corante no Médio Oriente e como tinta corporal pelos Indonésios. É das especiarias mais baratas mas é muito valorizada em toda a região da Ásia na altura de rituais e cerimónias.

Origens & Variedades Curcuma longa: indígena do Sul e Sudeste da Ásia, é cultivada na Índia (Alleppey e Madras) (e onde 90% da colheita é utilizada), Sri Lanka, Malásia, China, Peru e Jamaica. Existem inúmeras variedades mas o mais valorizado é Allepy, que tem o melhor valor de cor e sabor.

Disponibilidade: rizomas frescos e secos, inteiros, picados, às rodelas e ralado.

Características: a curcuma fresca tem um odor círtrico e parece com o gengibre e um sabor terroso. A curcuma seca tem um odor complexo, forte e lenhoso com notas florais e círtricos e o sabor é moderadamente pungente, amargo e azedo.

Uso culinário: é necessário utilizá-la com pacimórcia, quando adicionada a bolos ou pratos de legumes imprime-lhes uma coloração que varia entre o amarelo e o vermelho (depende da quantidade adicionada). Combina com beringelas, ovos, peixe, arroz e carne.

Essencial: em misturas como laksa, pulao, nasi kuning, ras el hanout, caris e masalas.

Condiz: cravinho-da-índia, funcho, paprica, sementes de coentro e sementes de mostarda.

Fim Terapêutico: utilizada no tratamento de problemas no fígado, colesterol alto e problemas digestivos, para curar contusões e feridas e impedir o crescimento do cabelo, inibe a coagulação do sangue, fortalece a vesícula biliar e trata doenças da pele. Na Europa não é recomendado a mulheres grávidas porque pode induzir a estimulação uterina, mas na cultura indiana é administrado para curar o útero após o parto e para ajudar a restaurar a perda de sangue. Recentemente descobriu-se que possui propriedades antimicrobianas contra a Salmonella typhi, StaphylococcusVibrio cholerae, Micrococcus e Streptococcus pyogenes.

Batata com Cominho

Como os sabores da terra combinam resolvi experimentar juntar cominhos (com um sabor terroso) com batatas e o resultado foi óptimo e com indicações para repetir!

Tempo de Preparação:
20 minutos

Ingredientes para 2 pessoas:
1 colher de chá de sementes de cominho-negro
300 g de batata pequena com casca
Água q.b.
Óleo q.b.
Sal q.b.

Preparação:
Adicionar as batatas bem lavadas e cortadas em quartos em água a ferver com sal.
Quando estiverem praticamente cozidas retiram-se da água.
Colocar óleo numa panela (cerca de 2 dedos de altura) com os cominhos e deixar que estes libertem o seu aroma.
Acrescentar as batatas e deixar tostar.

Sugestão:
Servir acompanhado de carne grelhada ou peixe frito.

Cominho • Cuminum

Apesar de ser bastante popular, o cominho era associado a algumas superstições nos tempos mais antigos, foi símbolo do amor na Idade Média e símbolo da ganância  na Grécia. Tem origem em apenas um local: o Vale do Nilo mas é actualmente cultivada na maior parte das regiões quentes. A primeira utilização remota há pelo menos 4000 anos.

Origens & Variedades Cuminum: cominho-vulgar e cominho-negro (não confundir com o verdadeiro cominho-negro, Kala jeera, é uma especiaria dispendiosa cultivada em Caxemira, no Norte do Paquistão e no Irão).

Disponibilidade: sementes inteiras ou moídas.

Características: tem um odor forte e muito intenso, adocicado mas apimentado. O seu sabor é um pouco amargo, persistente, penetrante, quente e terroso. O cominho-negro tem um sabor mais adocicado e complexo que o cominho-vulgar.

Uso culinário: as sementes torradas libertam o seu aroma, podendo depois ser moídas. A junção de cominhos e coentros fornecem à comida indiana o seu odor característico. É utilizado em enchidos, queijos, pães, legumes, pratos de peixe e tapas nos países Asiáticos e Europeus, melhor dizendo, é utilizado em todos os países que apreciam comida condimentada e picante. Combina com queijos de pasta dura e pungentes, arroz, frango e feijão.

Essencial: em misturas como garam masala, adviehpanch phoron, ras el hanout, pó de chili, sambar podi, jhoug, baharat, caril, berbere e achiote.

Condiz: cardamomo, curcuma, louro, pimenta-da-jamaica e sementes de anis.

Fim Terapêutico: utilizado para ajudar a digestão, aliviar o stress e as cólicas, reduzir a pressão arterial, para o tratamento de disenteria e estimular a circulação.

Wok • Ervilhas & Cenouras

O wok é dos utensílios que mais utilizo em casa, o sabor dos alimentos não parece ficar igual quando não se opta por cozinhar neste utensílio japonês.

Quando faço legumes no wok por vezes fico com dúvidas sobre a melhor conjugação de sabores mas é presença obrigatória a cebola, cogumelos e pimentos. Desta vez optei por adicionar ervilhas e cenoura. O resultado foi excelente!

Tempo de Preparação:
20 minutos

Ingredientes para 2-3 pessoas:
¼ de pimento verde cortado em quadrados
1 cenoura cortada em palitos
1 colher de chá de sementes de mostarda castanha
1 lata de cogumelos inteiros cortados em metades (não tinha frescos) 
10 cm de curgete
2 cebolas cortadas em gomos
Ervilhas q.b. 
Óleo q.b.

Preparação:
Colocar o wok a aquecer e quando estiver quente adicionar o óleo de forma a cobrir o fundo do wok.
Adicionar as sementes de mostarda e deixar torrar levemente.
Juntar a cebola, deixar cozinhar levemente, mexendo de forma que os gomos se separem e adicionar os cogumelos.
Acrescentar os restantes ingredientes e deixar cozinhar. 
Servir acompanhado com arroz basmati.

Sugestão:
Adicionar um pouco de molho agridoce aos legumes para obter uns deliciosos legumes agridoces.


Mostarda • Espécies de Brassica

Na antiguidade, as sementes de mostarda eram um símbolo de fertilidade para os Indianos mas era também usada pelos gregos, chineses e africanos. Na Europa Medieval era a única especiaria que todas as pessoas tinham capacidade para comprar. A enorme utilização da mostarda desde os tempos antigos pode também ser verificada aquando da primeira realização da preparação de mostarda que decorreu no século XIII pelos franceses em Dijon (dando origem à Mostarda de Dijon) e o pó de mostarda durante o século XVIII na Inglaterra (dando origem à Mortarda Inglesa). A mostarda branca ou amarela e a preta tiveram origem no Sul da Europa e na Ásia Ocidental, enquanto que a mostarda castanha teve origem na Índia.

Origens & Variedades Brassica: sementes brancas ou amarelas, castanhas ou pretas e preparações de mostarda como de Meaux, Dijon, Bordéus, Americana, au Cassis, Inglesa e de Estragão.

Disponibilidade: sementes, óleo, pó, rebentos frescos e preparações de mostarda.

Características: as sementes inteiras têm praticamente aroma inexistente, contudo depois de moídas apresentam um cheiro pungente. As sementes brancas apresentam uma doçura inicial enjoativa, as sementes castanhas são amargas e depois picantes e as sementes pretas têm sabor forte.

Uso culinário: as sementes inteiras são utilizada essencialmente como especiaria para picles, conservas e marinadas que depois de torradas libertam e intensificam o sabor. O óleo de mostarda é viscoso e com uma cor intensa dourada sendo utilizado em muitos pratos indianos. A mostarda em pó utiliza-se para aromatizar molhos, sendo adicionada no fim da cozedura para que a sua intensidade não desapareça. Os rebentos frescos são utilizados em saladas, como guardinção de legumes de raiz ou para envolver recheios de carne de porco, camarão e ervas aromáticas. As preparações de mostarda devem ser adicionadas no fim da cozedura dos alimentos e são utilizadas em vinagretes, com peixe fumado ou cozidos e com carnes estufadas. No geral a mostarda combina com carne grelhada ou frias, peixe e marisco e queijos fortes.

Essencial: em misturas como o pó sambar, panch phoron, chutney, caris, mostardas preparadas e molho bajan.

Condiz: cominho, curcuma, endro, louro e salsa.

Fim Terapêutico: com propriedades conservantes, a mostarda é utilizada para tratar picadas de escorpião e de cobra, artrite, reumatismo, doenças de pele e para estimular a circulação sanguínea, aquecer os pés frios, relaxar os músculos rígidos e como laxante.

Sopa de Batata Doce

Considero a batata doce um ingrediente muito versátil porque permite-me criar pratos simples mas sofisticados, saudáveis mas complexos, doces e salgados.
Esta sopa nasceu num dia em que procurava alternativas às tradicionais sopas.
Vale a pena experimentar!

Tempo de Preparação:
40 minutos (35 minutos Bimby)

Ingredientes para 3-4 pessoas:
1 caldo de galinha
1 cenoura
1 dente de alho
2 cebolas grandes
250 g de batata doce
Água até perfazer 1 L
Pimenta preta moída na hora q.b.
Sal q.b.

Preparação:
Colocar na Bimby o dente de alho, o caldo, as cebolas em gomos e as cenouras cortadas em bocados e a água e programar 20 minutos à temperatura 100 ºC e à velocidade 1.
Triturar até ficar homogéneo durante 1 minutos à velocidade 7.
Adicionar a batata cortada em rodelas com 2-3 mm e programar 10 minutos à temperatura de 100 ºC e à velocidade colher inversa.
Rectificar os temperos se for necessário.
Servir a sopa polvilhada com a pimenta preta moída.


Chá de Funcho & Limão

Este chá faz com que um simples lanche se transforme num momento de degustação e relaxamento pelo maravilhoso perfume que liberta!

Tempo de Preparação:
10 minutos

Ingredientes:
1 L de água
2-3 cascas de limão
2 colheres de sopa de sementes de funcho secas

Preparação:
Aquecer a água até ao ponto de começar a ferver (mas sem deixar ferver).
Adicionar as sementes de funcho e as cascas de limão, envolver, retirar do lume e deixar a repousar por 5 minutos.
Coar e servir quente ou frio.
Não necessita de açúcar, uma vez que o funcho tem um sabor adocicado.

Sugestão: 
Acompanhar com um pão de sementes com fiambre.


Funcho • Foeniculum vulgare

O funcho é nativo do Mediterrâneo mas actualmente é cultivado em diversas partes do Mundo. É uma da plantas mais antigas a ser cultivada, sendo apreciada não só na Europa mas também na Ásia, essencialmente na China é na Índia.

Origens & Variedades Foeniculum vulgare: funcho-bravo e funcho-de-bronze, esta planta é menos vigorosa e tem um aroma e sabor mais suave em comparação com o funcho-bravo. Não confundir o funcho-bravo ou o funcho-de-bronze com o funcho-de-florença, Foeniculum vulgare var. dulce, que é o legume que tipicamente vemos em determinados pratos.

Disponibilidade: folhas jovens, flores, polén, caules e sementes.

Características: aroma adocicado a anis e sabor fresco, doce e com notas de cânfora. As folhas são melhores quando consumidas pouco tempo depois de serem apanhadas. O sabor dos caules conserva-se depois de seco. As sementes apresentam um sabor mais forte que as folhas e uma nota agridoce que perdura, são menos pungentes do que as do endro mas mais adstringentes do que as do anis.

Uso culinário: torrar as sementes faz com que a sua doçura seja realçada, utilizar o polén permite obter um sabor mais forte. Combina bem com peixe, conservas, legumes, arroz e carne de porco.

Essencial: em misturas como paan masala, caril, pó das cinco especiarias, panch phoranmirepoixgaram masala e ervas de Provença.

Condiz: canela, cerefólio, pimenta-de-sichuan, salsa e tomilho.

Fim Terapêutico: utilizado como diurético, no tratamento de dores gastrointestinais, tosse, soluços, dores de ouvidos, favorece ainda a produção de bílis e a digestão.

Cultura: necessita de um solo bem drenando e soalheiro. As plantas devem ser substituídas ao fim de 3-4 anos. Não deve ser cultivada perto do endro, assim evita-se a polinização cruzada.

Frango com Anis-Estrelado & Gengibre

O livro Refeições Rápidas da Rebo Publishers apresenta umas receitas de frango com um aspecto maravilhoso. 
Resolvi experimentar uma delas, porém com uma ligeira adaptação: adicionei ananás em vez de laranja.

Tempo de Preparação:
45 minutos (35 minutos de cozedura)

Ingredientes para 2 pessoas:
1 colher de chá de canela
100 mL sumo de ananás
2-3 fatias de manteiga com 1 mm
2-3 pernas de frango inteiras
2-3 rodelas de ananás
2-3 vagens de anis-estrelado
3 colheres de sopa de molho de soja
Dentes de alho fatiados q.b.
Gengibre em conserva q.b.
Sal q.b.

Preparação:
Colocar numa assadeira a perna do frango com a pele voltada para baixo e temperá-las com sal.
À parte misturar a canela, o sumo de ananás e o molho de soja e verter por cima das pernas de frango.
Colocar por cima de cada perna uma fatia de manteiga, uma camada de dentes de alho fatiados, gengibre em conserva de forma a envolver a perna, a manteiga e os dentes de alho e uma vagem de anis-estrelado por cima e ao centro.
Levar ao forno pré-aquecido a 200 ºC por 30 minutos, regando sempre que necessário.
Colocar a rodela de ananás por cima das pernas de frango e de modo a que a vagem de anis-estrelado fique no centro da rodela e levar ao forno por mais 5 minutos para cozinhar ligeiramente.
Servir regado com o molho que fica na assadeira.
Bom apetite!

Sugestão:
Servir acompanhado de arroz basmati e de uma Limonada com Framboesas.

Preparação com Restrições - Intolerância à Lactose:
Substituir a fatia de manteiga por uma pincelada de óleo sobre a perna de frango.


Anis-Estrelado • Illicium verum

Nativo do Sudoeste da China e Norte do Vietname o Anis-estrelado é talvez a especiaria mais bonita que existe. Foi trazido para a Europa no século XVII e era utilizado para aromatizar xaropes e conservas, actualmente apresenta outras utilizações.

Origens & Variedades Illicium verum: actualmente o anis-estrelado provém da China, Vietname, Índia, Laos, Filipinas, Japão e Coreia.

Disponibilidade: vagens e sementes inteiras ou em pó.

Características: possui um sabor pungente, doce, persistente e fresco. O odor é semelhante ao funcho e anis.

Uso culinário: utilizado em sopas e caldos, marinadas e refogados rápidos, confere uma tonalidade castanho-avermelhada à carne e aos ovos. Pode ser usado em alguns pratos como o substituto mais barato do anis. Combina com fruta, legumes de raiz, frango, porco, pato e massa.

Essencial: em misturas como as cinco especiarias, molho barbecue e hoisin.

Condiz: alho, canela, erva-limeira, sementes de coentro e sementes de funcho.

Fim Terapêutico: utilizado no tratamento de cólicas, dores de estômago, dores de garganta e tosse. Quando mastigado após as refeições ajuda a promover a digestão e a refrescar o hálito.

Molho de Tomate

Nesta altura do ano a quantidade de tomate à venda aumenta e com isso diminui o preço, pelo que é uma óptima altura para fazer conserva de molho de tomate para o resto do ano e poupar a saúde e a carteira!

Tempo de Preparação:
15 minutos + Tempo para apurar

Ingredientes para 2L de Molho:
1 colher de sopa de alecrim picado
2 colheres de sopa de açúcar (depende do tomate utilizado, poderá a quantidade a utilizar variar)
2 colheres de sopa de manjericão picados
2 colheres de sopa de orégãos
2 kg de tomate (parte edível)
250 mL de polpa (tinha no frigorífico um frasco aberto, pelo que aproveitei para não se estragar)
4 caldos de carne/legumes
6 folhas de louro
750 g de cebola
Azeite q.b.
Dentes de alho

Preparação:
Picar a cebola e o alho (não necessita de ser muito pequeno) e refogar em azeite.
Adicionar tomate cortado aos cubos pequenos (não gosto da pele do tomate no molho, pelo que lhes retiro a pele) e a polpa. Se se pretender um molho homogéneo, sem pedaços, deve-se retirar as sementes do tomate porque ao triturar deixam um sabor amargo. Eu opto por retirar pelo menos metade das sementes.
Deixar a mistura a apurar até atingir a consistência desejada. Gosto mais do molho de tomate com pedaços, pelo que o meu apurar demora umas 2 horas.
Adicionar os caldos, o açúcar e as ervas aromáticas e deixar a cozinhar durante mais algum tempo.
Colocar em frascos esterilizados!

Sugestão:
Servir sobre pão (preferência já um pouco seco para que os sabores sejam mais absorvidos) e colocar uma rodela de queijo mozarela por cima. Levar ao forno a gratinar :)


Louro (Loureiro) • Laurus nobilis

Símbolo sagrado, de sabedoria, glória (na Grécia), de boa sorte e protecção (na Itália), o louro teve origem no Mediterrâneo Ocidental mas há muitos anos que é cultivado no Norte da Europa e nas Américas.

Origens & Variedades Laurus nobilis: existem plantas semelhantes mas apenas uma variedade é utilizada na culinária.

Disponibilidade: folhas frescas e secas, inteiras e moídas.

Características: as folhas frescas apresentam um sabor ligeiramente amargo que diminui com o tempo de secagem. O odor é doce e balsâmico com travo a noz-moscada e cânfora. As folhas secas têm um sabor forte.

Uso culinário: o sabor é libertado lentamente à medida que cozinha, pelo que pode ser utilizado em longas confecções. Duas ou três folhas são suficientes para temperar um prato para quatro a seis pessoas. As folhas de louro devem ser retiradas antes de servir. Combina bem com carne de vaca, peixe, arroz, legumes e cremes e pudins de arroz. 

Essencial: em ramos de cheiro e misturas como o ras-el-hanouth, bouillabaisse, marinadas de peixe e molho de tomate.

Condiz: alho, manjerona, pimenta-da-jamaica, tomilho e zimbro.

Fim Terapêutico: utilizado para aliviar úlceras, dor nas articulações, peito, útero e estômago, apresenta propriedades que permitem controlar a diabetes, funcionando também como antimicrobiano.

Muffins de Banana com Cobertura de Chocolate

O livro Muffins da Naumann & Göbel apresenta fantásticas sugestões de bagels, donuts, cookies muffins, tanto doces como salgados, que gosto sempre de experimentar e adaptar.

Desmistificando um pouco o que a maioria ainda pensa: muffins e cupcakes não são a mesma coisa, estes dois bolinhos, um tipo pão e o outro tipo bolo, apresentam técnicas de confecção e ingredientes diferentes. O facto de um muffin ter cobertura não o transforma num cupcake e o facto de um cupcake não ter cobertura não o transforma num muffin.

Tempo de Preparação:
45 minutos

Ingredientes para  15-20 unidades:
1 colher de sopa de leite
1 ovo
125 g de açúcar
2 colheres de sopa de essência de baunilha
250 g de farinha
250 g de iogurte grego
3 bananas
3 colheres de chá de fermento em pó
50 g de chocolate preto
80 mL de óleo girassol

Preparação:
Misturar a farinha com o fermento em pó e reservar.
Bater o ovo e adicionar os açúcares, a essência, o iogurte e o óleo (pode ser utilizada uma batedeira eléctrica).
Juntar as duas misturas e bater um pouco.
Acrescentar 2 bananas cortadas e bater ligeiramente (se se estiver a utilizar a batedeira eléctrica este passo requer que a velocidade esteja no mínimo, queremos que a banana desfaça um pouco mas não totalmente). Envolver a outra banana cortada às rodelas.
Distribuir a massa por formas e colocar em forno pré-aquecido com ventilação a 160ºC durante 20-30 minutos. Findo este tempo deixar os muffins a descansar por 5 minutos dentro do forno desligado, desenformando de seguida.
Entretanto, derreter o chocolate com o leite e cobrir os muffins.

Sugestão:
Decorar também com banana cortada às rodelas (para evitar a oxidação passar as rodelas de banana por sumo de limão) e acompanhar com Chá de Rosas quentinho!


Entrecosto (Costela de Porco) com Alho & Paprica

Adoro tudo o que seja grelhado principalmente se se tratar de carne de porco.
Esta receita não é 100 % saudável pela carne utilizada mas acaba por compensar na confecção!
A carne fica bastante suculenta, sem ser necessário utilizar folha de alumínio :)

Tempo de Preparação:
35 minutos + Tempo para marinar

Ingredientes para 2-3 pessoas:
½ colher de sopa de gengibre
1 colher de sopa de mostarda Dijon
1 colher de sopa de oregãos
1 kg de entrecosto
2 colheres de sopa de óleo
2 colheres sopa alho seco
2 colheres sopa de paprica doce
sal q.b

Preparação:
Temperar o entrecosto com sal e reservar.
Misturar os restantes ingredientes e barrar o entrecosto. Deixar a marinar por algum tempo.
Colocar na grelha do forno a 200 ºC cerca de 30-40 minutos.
Cortar o entrecosto e servir.

Sugestão:
Acompanhar com umas Batatas Fritas com Paprica & Alho e um Refresco de Hortelã.