Salsa • Petroselinum crispum

A salsa é uma erva aromática indígena do Mediterrâneo e muito utilizada pelos cozinheiros na Europa. É rica em ferro e vitaminas A e C, contudo contém uma substância que consumida em elevadas quantidades é tóxica, pelo que o consumo da salsa fresca deve ser moderado. É uma erva utilizada como condimento por uns mas como guarnição por outros, principalmente nas culturas anglo-saxónicas.

Origens & Variedades Petroselinum crispum: existem muitas variedades mas as mais conhecidas são a Salsa-frisada, a Salsa-de-folha-lisa e a Salsa-de-hamburgo. A salsa-frisada é uma excelente guarnição, a salsa-de-folha-lisa é a melhor para cozinhar e a salsa-de-hamburgo é uma raiz com um sabor entre a salsa e o aipo-rábano.

Disponibilidade: folhas e raíz, seca ou fresca.

Características: possui um odor ligeiramente picante, com notas de anis e limão e o sabor é forte, herbáceo com um toque apimentado.

Uso culinário: a sua adição confere cor e realça o sabor dos outros alimentos, o seu sabor é mantido mesmo após um longo tempo de cozedura, mas se adicionada no fim da cozedura confere um sabor fresco aos alimentos. É muito utilizada em molhos e recheios, combinando bem com arroz, peixe, frango e a maioria dos legumes

Essencial: em misturas como ramos de cheiros, tabbouleh, ervas finas, gremolata e chimmichurri.

Condiz: alcaparras, cebolinho, estragão, louro, pimenta.

Fim Terapêutico: utilizada como diurético e no tratamento de dores menstruais, cólicas e de artrite. O seu elevado teor em clorofila ajuda a remover odores e o mau hálito.

Cultura: semear em solo fértil e bem drenado. Colocar as sementes de molho em água quente de um dia para o outro acelera o processo de germinação.

Truta Frita

Apesar de não ficar com o mesmo sabor do Chef com quem cresci e aprendi algumas coisinhas, estas trutas ficam excelentes com menos trabalho! Infelizmente tenho a sensação que a foto não lhes faz jus.

Tempo de Preparação:
20 minutos

Ingredientes para 2 pessoas:
½ limão às rodelas
2-3 trutas
Farinha q.b.
Manteiga q.b.
Óleo q.b.
Sal q.b.

Preparação:
Depois de amanhar as trutas, temperá-las com sal (também podem ser temperadas com limão) e passá-las pela farinha.
Aquecer uma frigideira e colocar manteiga com um pouco de óleo para não queimar. 
Fritar as trutas até dourarem.
Servir com rodelas de limão.

Sugestão:
Acompanhar com batata com cominnho ou uma salada.

Preparação com Restrições - Intolerância à Lactose:
Eliminar a manteiga ou substituí-la por manteiga de soja.


Arroz de Curcuma

Queria um arroz cremoso, diferente para acompanhar uma carne grelhada com tempero indiano ou umas espetadas, por isso, resolvi fazer um arroz com curcuma mas em vez de utilizar o habitual arroz de grão longo, resolvi utilizar um arroz de grão curto, vulgo, arroz carolino.
Para um arroz soltinho basta alterar o tipo de arroz a utilizar.

Tempo de Preparação:
20 minutos

Ingredientes para 2 pessoas:
1 caldo de galinha
200 g de arroz carolino
Água q.b.
Curcuma q.b.
Óleo q.b.

Preparação:
Numa caçarola colocar um pouco de óleo a aquecer e juntar o arroz.
Deixar cozinhar um pouco, até os grãos começarem a ficar translúcidos, mexendo de vez em quando.
Adicionar a água, o caldo e a curcuma (a quantidade de curcuma a adicionar é a gosto, quanto mais se adiciona mais amarelo ficará o arroz mas também ficará com um sabor mais terroso, dependendo da qualidade da curcuma). Como se adiciona o caldo não é necessário adicionar sal.

Não faço arroz por medida, quer seja para obter um arroz seco e solto, quer seja para obter um arroz cremoso. A técnica que utilizo é ⅔ de água na caçarola para o arroz seco e solto.
O arroz não gosta muito de ser mexido enquanto cozinha, por isso, depois de colocar todos os ingredientes evite mexer-lhe e evite levantar a tampa da caçarola, ouça a fervura do arroz.

Sugestão:
Servir acompanhado com carne grelhada ou umas espetadas e um lassi de manga.




Curcuma • Curcuma longa

A Curcuma ou Açafrão-da-Índia é membro da família do gengibre, sendo uma especiaria utilizada como corante no Médio Oriente e como tinta corporal pelos Indonésios. É das especiarias mais baratas mas é muito valorizada em toda a região da Ásia na altura de rituais e cerimónias.

Origens & Variedades Curcuma longa: indígena do Sul e Sudeste da Ásia, é cultivada na Índia (Alleppey e Madras) (e onde 90% da colheita é utilizada), Sri Lanka, Malásia, China, Peru e Jamaica. Existem inúmeras variedades mas o mais valorizado é Allepy, que tem o melhor valor de cor e sabor.

Disponibilidade: rizomas frescos e secos, inteiros, picados, às rodelas e ralado.

Características: a curcuma fresca tem um odor círtrico e parece com o gengibre e um sabor terroso. A curcuma seca tem um odor complexo, forte e lenhoso com notas florais e círtricos e o sabor é moderadamente pungente, amargo e azedo.

Uso culinário: é necessário utilizá-la com pacimórcia, quando adicionada a bolos ou pratos de legumes imprime-lhes uma coloração que varia entre o amarelo e o vermelho (depende da quantidade adicionada). Combina com beringelas, ovos, peixe, arroz e carne.

Essencial: em misturas como laksa, pulao, nasi kuning, ras el hanout, caris e masalas.

Condiz: cravinho-da-índia, funcho, paprica, sementes de coentro e sementes de mostarda.

Fim Terapêutico: utilizada no tratamento de problemas no fígado, colesterol alto e problemas digestivos, para curar contusões e feridas e impedir o crescimento do cabelo, inibe a coagulação do sangue, fortalece a vesícula biliar e trata doenças da pele. Na Europa não é recomendado a mulheres grávidas porque pode induzir a estimulação uterina, mas na cultura indiana é administrado para curar o útero após o parto e para ajudar a restaurar a perda de sangue. Recentemente descobriu-se que possui propriedades antimicrobianas contra a Salmonella typhi, StaphylococcusVibrio cholerae, Micrococcus e Streptococcus pyogenes.

Batata com Cominho

Como os sabores da terra combinam resolvi experimentar juntar cominhos (com um sabor terroso) com batatas e o resultado foi óptimo e com indicações para repetir!

Tempo de Preparação:
20 minutos

Ingredientes para 2 pessoas:
1 colher de chá de sementes de cominho-negro
300 g de batata pequena com casca
Água q.b.
Óleo q.b.
Sal q.b.

Preparação:
Adicionar as batatas bem lavadas e cortadas em quartos em água a ferver com sal.
Quando estiverem praticamente cozidas retiram-se da água.
Colocar óleo numa panela (cerca de 2 dedos de altura) com os cominhos e deixar que estes libertem o seu aroma.
Acrescentar as batatas e deixar tostar.

Sugestão:
Servir acompanhado de carne grelhada ou peixe frito.

Cominho • Cuminum

Apesar de ser bastante popular, o cominho era associado a algumas superstições nos tempos mais antigos, foi símbolo do amor na Idade Média e símbolo da ganância  na Grécia. Tem origem em apenas um local: o Vale do Nilo mas é actualmente cultivada na maior parte das regiões quentes. A primeira utilização remota há pelo menos 4000 anos.

Origens & Variedades Cuminum: cominho-vulgar e cominho-negro (não confundir com o verdadeiro cominho-negro, Kala jeera, é uma especiaria dispendiosa cultivada em Caxemira, no Norte do Paquistão e no Irão).

Disponibilidade: sementes inteiras ou moídas.

Características: tem um odor forte e muito intenso, adocicado mas apimentado. O seu sabor é um pouco amargo, persistente, penetrante, quente e terroso. O cominho-negro tem um sabor mais adocicado e complexo que o cominho-vulgar.

Uso culinário: as sementes torradas libertam o seu aroma, podendo depois ser moídas. A junção de cominhos e coentros fornecem à comida indiana o seu odor característico. É utilizado em enchidos, queijos, pães, legumes, pratos de peixe e tapas nos países Asiáticos e Europeus, melhor dizendo, é utilizado em todos os países que apreciam comida condimentada e picante. Combina com queijos de pasta dura e pungentes, arroz, frango e feijão.

Essencial: em misturas como garam masala, adviehpanch phoron, ras el hanout, pó de chili, sambar podi, jhoug, baharat, caril, berbere e achiote.

Condiz: cardamomo, curcuma, louro, pimenta-da-jamaica e sementes de anis.

Fim Terapêutico: utilizado para ajudar a digestão, aliviar o stress e as cólicas, reduzir a pressão arterial, para o tratamento de disenteria e estimular a circulação.

Wok • Ervilhas & Cenouras

O wok é dos utensílios que mais utilizo em casa, o sabor dos alimentos não parece ficar igual quando não se opta por cozinhar neste utensílio japonês.

Quando faço legumes no wok por vezes fico com dúvidas sobre a melhor conjugação de sabores mas é presença obrigatória a cebola, cogumelos e pimentos. Desta vez optei por adicionar ervilhas e cenoura. O resultado foi excelente!

Tempo de Preparação:
20 minutos

Ingredientes para 2-3 pessoas:
¼ de pimento verde cortado em quadrados
1 cenoura cortada em palitos
1 colher de chá de sementes de mostarda castanha
1 lata de cogumelos inteiros cortados em metades (não tinha frescos) 
10 cm de curgete
2 cebolas cortadas em gomos
Ervilhas q.b. 
Óleo q.b.

Preparação:
Colocar o wok a aquecer e quando estiver quente adicionar o óleo de forma a cobrir o fundo do wok.
Adicionar as sementes de mostarda e deixar torrar levemente.
Juntar a cebola, deixar cozinhar levemente, mexendo de forma que os gomos se separem e adicionar os cogumelos.
Acrescentar os restantes ingredientes e deixar cozinhar. 
Servir acompanhado com arroz basmati.

Sugestão:
Adicionar um pouco de molho agridoce aos legumes para obter uns deliciosos legumes agridoces.


Mostarda • Espécies de Brassica

Na antiguidade, as sementes de mostarda eram um símbolo de fertilidade para os Indianos mas era também usada pelos gregos, chineses e africanos. Na Europa Medieval era a única especiaria que todas as pessoas tinham capacidade para comprar. A enorme utilização da mostarda desde os tempos antigos pode também ser verificada aquando da primeira realização da preparação de mostarda que decorreu no século XIII pelos franceses em Dijon (dando origem à Mostarda de Dijon) e o pó de mostarda durante o século XVIII na Inglaterra (dando origem à Mortarda Inglesa). A mostarda branca ou amarela e a preta tiveram origem no Sul da Europa e na Ásia Ocidental, enquanto que a mostarda castanha teve origem na Índia.

Origens & Variedades Brassica: sementes brancas ou amarelas, castanhas ou pretas e preparações de mostarda como de Meaux, Dijon, Bordéus, Americana, au Cassis, Inglesa e de Estragão.

Disponibilidade: sementes, óleo, pó, rebentos frescos e preparações de mostarda.

Características: as sementes inteiras têm praticamente aroma inexistente, contudo depois de moídas apresentam um cheiro pungente. As sementes brancas apresentam uma doçura inicial enjoativa, as sementes castanhas são amargas e depois picantes e as sementes pretas têm sabor forte.

Uso culinário: as sementes inteiras são utilizada essencialmente como especiaria para picles, conservas e marinadas que depois de torradas libertam e intensificam o sabor. O óleo de mostarda é viscoso e com uma cor intensa dourada sendo utilizado em muitos pratos indianos. A mostarda em pó utiliza-se para aromatizar molhos, sendo adicionada no fim da cozedura para que a sua intensidade não desapareça. Os rebentos frescos são utilizados em saladas, como guardinção de legumes de raiz ou para envolver recheios de carne de porco, camarão e ervas aromáticas. As preparações de mostarda devem ser adicionadas no fim da cozedura dos alimentos e são utilizadas em vinagretes, com peixe fumado ou cozidos e com carnes estufadas. No geral a mostarda combina com carne grelhada ou frias, peixe e marisco e queijos fortes.

Essencial: em misturas como o pó sambar, panch phoron, chutney, caris, mostardas preparadas e molho bajan.

Condiz: cominho, curcuma, endro, louro e salsa.

Fim Terapêutico: com propriedades conservantes, a mostarda é utilizada para tratar picadas de escorpião e de cobra, artrite, reumatismo, doenças de pele e para estimular a circulação sanguínea, aquecer os pés frios, relaxar os músculos rígidos e como laxante.

Sopa de Batata Doce

Considero a batata doce um ingrediente muito versátil porque permite-me criar pratos simples mas sofisticados, saudáveis mas complexos, doces e salgados.
Esta sopa nasceu num dia em que procurava alternativas às tradicionais sopas.
Vale a pena experimentar!

Tempo de Preparação:
40 minutos (35 minutos Bimby)

Ingredientes para 3-4 pessoas:
1 caldo de galinha
1 cenoura
1 dente de alho
2 cebolas grandes
250 g de batata doce
Água até perfazer 1 L
Pimenta preta moída na hora q.b.
Sal q.b.

Preparação:
Colocar na Bimby o dente de alho, o caldo, as cebolas em gomos e as cenouras cortadas em bocados e a água e programar 20 minutos à temperatura 100 ºC e à velocidade 1.
Triturar até ficar homogéneo durante 1 minutos à velocidade 7.
Adicionar a batata cortada em rodelas com 2-3 mm e programar 10 minutos à temperatura de 100 ºC e à velocidade colher inversa.
Rectificar os temperos se for necessário.
Servir a sopa polvilhada com a pimenta preta moída.


Chá de Funcho & Limão

Este chá faz com que um simples lanche se transforme num momento de degustação e relaxamento pelo maravilhoso perfume que liberta!

Tempo de Preparação:
10 minutos

Ingredientes:
1 L de água
2-3 cascas de limão
2 colheres de sopa de sementes de funcho secas

Preparação:
Aquecer a água até ao ponto de começar a ferver (mas sem deixar ferver).
Adicionar as sementes de funcho e as cascas de limão, envolver, retirar do lume e deixar a repousar por 5 minutos.
Coar e servir quente ou frio.
Não necessita de açúcar, uma vez que o funcho tem um sabor adocicado.

Sugestão: 
Acompanhar com um pão de sementes com fiambre.


Funcho • Foeniculum vulgare

O funcho é nativo do Mediterrâneo mas actualmente é cultivado em diversas partes do Mundo. É uma da plantas mais antigas a ser cultivada, sendo apreciada não só na Europa mas também na Ásia, essencialmente na China é na Índia.

Origens & Variedades Foeniculum vulgare: funcho-bravo e funcho-de-bronze, esta planta é menos vigorosa e tem um aroma e sabor mais suave em comparação com o funcho-bravo. Não confundir o funcho-bravo ou o funcho-de-bronze com o funcho-de-florença, Foeniculum vulgare var. dulce, que é o legume que tipicamente vemos em determinados pratos.

Disponibilidade: folhas jovens, flores, polén, caules e sementes.

Características: aroma adocicado a anis e sabor fresco, doce e com notas de cânfora. As folhas são melhores quando consumidas pouco tempo depois de serem apanhadas. O sabor dos caules conserva-se depois de seco. As sementes apresentam um sabor mais forte que as folhas e uma nota agridoce que perdura, são menos pungentes do que as do endro mas mais adstringentes do que as do anis.

Uso culinário: torrar as sementes faz com que a sua doçura seja realçada, utilizar o polén permite obter um sabor mais forte. Combina bem com peixe, conservas, legumes, arroz e carne de porco.

Essencial: em misturas como paan masala, caril, pó das cinco especiarias, panch phoranmirepoixgaram masala e ervas de Provença.

Condiz: canela, cerefólio, pimenta-de-sichuan, salsa e tomilho.

Fim Terapêutico: utilizado como diurético, no tratamento de dores gastrointestinais, tosse, soluços, dores de ouvidos, favorece ainda a produção de bílis e a digestão.

Cultura: necessita de um solo bem drenando e soalheiro. As plantas devem ser substituídas ao fim de 3-4 anos. Não deve ser cultivada perto do endro, assim evita-se a polinização cruzada.

Frango com Anis-Estrelado & Gengibre

O livro Refeições Rápidas da Rebo Publishers apresenta umas receitas de frango com um aspecto maravilhoso. 
Resolvi experimentar uma delas, porém com uma ligeira adaptação: adicionei ananás em vez de laranja.

Tempo de Preparação:
45 minutos (35 minutos de cozedura)

Ingredientes para 2 pessoas:
1 colher de chá de canela
100 mL sumo de ananás
2-3 fatias de manteiga com 1 mm
2-3 pernas de frango inteiras
2-3 rodelas de ananás
2-3 vagens de anis-estrelado
3 colheres de sopa de molho de soja
Dentes de alho fatiados q.b.
Gengibre em conserva q.b.
Sal q.b.

Preparação:
Colocar numa assadeira a perna do frango com a pele voltada para baixo e temperá-las com sal.
À parte misturar a canela, o sumo de ananás e o molho de soja e verter por cima das pernas de frango.
Colocar por cima de cada perna uma fatia de manteiga, uma camada de dentes de alho fatiados, gengibre em conserva de forma a envolver a perna, a manteiga e os dentes de alho e uma vagem de anis-estrelado por cima e ao centro.
Levar ao forno pré-aquecido a 200 ºC por 30 minutos, regando sempre que necessário.
Colocar a rodela de ananás por cima das pernas de frango e de modo a que a vagem de anis-estrelado fique no centro da rodela e levar ao forno por mais 5 minutos para cozinhar ligeiramente.
Servir regado com o molho que fica na assadeira.
Bom apetite!

Sugestão:
Servir acompanhado de arroz basmati e de uma Limonada com Framboesas.

Preparação com Restrições - Intolerância à Lactose:
Substituir a fatia de manteiga por uma pincelada de óleo sobre a perna de frango.


Anis-Estrelado • Illicium verum

Nativo do Sudoeste da China e Norte do Vietname o Anis-estrelado é talvez a especiaria mais bonita que existe. Foi trazido para a Europa no século XVII e era utilizado para aromatizar xaropes e conservas, actualmente apresenta outras utilizações.

Origens & Variedades Illicium verum: actualmente o anis-estrelado provém da China, Vietname, Índia, Laos, Filipinas, Japão e Coreia.

Disponibilidade: vagens e sementes inteiras ou em pó.

Características: possui um sabor pungente, doce, persistente e fresco. O odor é semelhante ao funcho e anis.

Uso culinário: utilizado em sopas e caldos, marinadas e refogados rápidos, confere uma tonalidade castanho-avermelhada à carne e aos ovos. Pode ser usado em alguns pratos como o substituto mais barato do anis. Combina com fruta, legumes de raiz, frango, porco, pato e massa.

Essencial: em misturas como as cinco especiarias, molho barbecue e hoisin.

Condiz: alho, canela, erva-limeira, sementes de coentro e sementes de funcho.

Fim Terapêutico: utilizado no tratamento de cólicas, dores de estômago, dores de garganta e tosse. Quando mastigado após as refeições ajuda a promover a digestão e a refrescar o hálito.

Molho de Tomate

Nesta altura do ano a quantidade de tomate à venda aumenta e com isso diminui o preço, pelo que é uma óptima altura para fazer conserva de molho de tomate para o resto do ano e poupar a saúde e a carteira!

Tempo de Preparação:
15 minutos + Tempo para apurar

Ingredientes para 2L de Molho:
1 colher de sopa de alecrim picado
2 colheres de sopa de açúcar (depende do tomate utilizado, poderá a quantidade a utilizar variar)
2 colheres de sopa de manjericão picados
2 colheres de sopa de orégãos
2 kg de tomate (parte edível)
250 mL de polpa (tinha no frigorífico um frasco aberto, pelo que aproveitei para não se estragar)
4 caldos de carne/legumes
6 folhas de louro
750 g de cebola
Azeite q.b.
Dentes de alho

Preparação:
Picar a cebola e o alho (não necessita de ser muito pequeno) e refogar em azeite.
Adicionar tomate cortado aos cubos pequenos (não gosto da pele do tomate no molho, pelo que lhes retiro a pele) e a polpa. Se se pretender um molho homogéneo, sem pedaços, deve-se retirar as sementes do tomate porque ao triturar deixam um sabor amargo. Eu opto por retirar pelo menos metade das sementes.
Deixar a mistura a apurar até atingir a consistência desejada. Gosto mais do molho de tomate com pedaços, pelo que o meu apurar demora umas 2 horas.
Adicionar os caldos, o açúcar e as ervas aromáticas e deixar a cozinhar durante mais algum tempo.
Colocar em frascos esterilizados!

Sugestão:
Servir sobre pão (preferência já um pouco seco para que os sabores sejam mais absorvidos) e colocar uma rodela de queijo mozarela por cima. Levar ao forno a gratinar :)


Louro (Loureiro) • Laurus nobilis

Símbolo sagrado, de sabedoria, glória (na Grécia), de boa sorte e protecção (na Itália), o louro teve origem no Mediterrâneo Ocidental mas há muitos anos que é cultivado no Norte da Europa e nas Américas.

Origens & Variedades Laurus nobilis: existem plantas semelhantes mas apenas uma variedade é utilizada na culinária.

Disponibilidade: folhas frescas e secas, inteiras e moídas.

Características: as folhas frescas apresentam um sabor ligeiramente amargo que diminui com o tempo de secagem. O odor é doce e balsâmico com travo a noz-moscada e cânfora. As folhas secas têm um sabor forte.

Uso culinário: o sabor é libertado lentamente à medida que cozinha, pelo que pode ser utilizado em longas confecções. Duas ou três folhas são suficientes para temperar um prato para quatro a seis pessoas. As folhas de louro devem ser retiradas antes de servir. Combina bem com carne de vaca, peixe, arroz, legumes e cremes e pudins de arroz. 

Essencial: em ramos de cheiro e misturas como o ras-el-hanouth, bouillabaisse, marinadas de peixe e molho de tomate.

Condiz: alho, manjerona, pimenta-da-jamaica, tomilho e zimbro.

Fim Terapêutico: utilizado para aliviar úlceras, dor nas articulações, peito, útero e estômago, apresenta propriedades que permitem controlar a diabetes, funcionando também como antimicrobiano.

Muffins de Banana com Cobertura de Chocolate

O livro Muffins da Naumann & Göbel apresenta fantásticas sugestões de bagels, donuts, cookies muffins, tanto doces como salgados, que gosto sempre de experimentar e adaptar.

Desmistificando um pouco o que a maioria ainda pensa: muffins e cupcakes não são a mesma coisa, estes dois bolinhos, um tipo pão e o outro tipo bolo, apresentam técnicas de confecção e ingredientes diferentes. O facto de um muffin ter cobertura não o transforma num cupcake e o facto de um cupcake não ter cobertura não o transforma num muffin.

Tempo de Preparação:
45 minutos

Ingredientes para  15-20 unidades:
1 colher de sopa de leite
1 ovo
125 g de açúcar
2 colheres de sopa de essência de baunilha
250 g de farinha
250 g de iogurte grego
3 bananas
3 colheres de chá de fermento em pó
50 g de chocolate preto
80 mL de óleo girassol

Preparação:
Misturar a farinha com o fermento em pó e reservar.
Bater o ovo e adicionar os açúcares, a essência, o iogurte e o óleo (pode ser utilizada uma batedeira eléctrica).
Juntar as duas misturas e bater um pouco.
Acrescentar 2 bananas cortadas e bater ligeiramente (se se estiver a utilizar a batedeira eléctrica este passo requer que a velocidade esteja no mínimo, queremos que a banana desfaça um pouco mas não totalmente). Envolver a outra banana cortada às rodelas.
Distribuir a massa por formas e colocar em forno pré-aquecido com ventilação a 160ºC durante 20-30 minutos. Findo este tempo deixar os muffins a descansar por 5 minutos dentro do forno desligado, desenformando de seguida.
Entretanto, derreter o chocolate com o leite e cobrir os muffins.

Sugestão:
Decorar também com banana cortada às rodelas (para evitar a oxidação passar as rodelas de banana por sumo de limão) e acompanhar com Chá de Rosas quentinho!


Entrecosto (Costela de Porco) com Alho & Paprica

Adoro tudo o que seja grelhado principalmente se se tratar de carne de porco.
Esta receita não é 100 % saudável pela carne utilizada mas acaba por compensar na confecção!
A carne fica bastante suculenta, sem ser necessário utilizar folha de alumínio :)

Tempo de Preparação:
35 minutos + Tempo para marinar

Ingredientes para 2-3 pessoas:
½ colher de sopa de gengibre
1 colher de sopa de mostarda Dijon
1 colher de sopa de oregãos
1 kg de entrecosto
2 colheres de sopa de óleo
2 colheres sopa alho seco
2 colheres sopa de paprica doce
sal q.b

Preparação:
Temperar o entrecosto com sal e reservar.
Misturar os restantes ingredientes e barrar o entrecosto. Deixar a marinar por algum tempo.
Colocar na grelha do forno a 200 ºC cerca de 30-40 minutos.
Cortar o entrecosto e servir.

Sugestão:
Acompanhar com umas Batatas Fritas com Paprica & Alho e um Refresco de Hortelã.


Alho • Allium sativum

Denominado por "rosa fedorenta" pelos Ingleses e com origem na Ásia Central, alho é das ervas aromáticas mais utilizadas em todo o Mundo e foi uma das primeiras a ser cultivada.

Origens & Variedades Allium sativum: existem cerca de 200 variedades que variam na cor, forma, tamanho e sabor mas podem diferenciar-se em dois grandes grupos, dependendo da sua intensidade de sabor.

Disponibilidade: bolbos frescos ou secos, podendo os dentes de alho ser apresentados inteiros, em pó, em lascas, em grânulos e em pasta.

Características: o alho seco e cru tem um odor forte e um sabor picante e pungente que aumenta com à medida que o alho vai secando, assim o alho fresco é mais suave.

Uso culinário: são fáceis de descascar quando esmagados por uma faca. Podem adquirir um sabor acre se se utilizar um espremedor ou se se queimar ao cozinhar. Quando cozinhados lentamente adquirem um sabor adocicado e semelhante a nozes. Os dentes de alho inteiros apresentam um sabor mais suave enquanto que um dente de alho esmagado ou cortado apresenta um sabor mais forte e pungente. Combina com quase todos os pratos salgados.

Essencial: em misturas como tabil, rouille, aioli, adobo, sofrito, hummus, tzatziki e chimichurri.

Condiz: com a maioria das especiarias e ervas aromáticas.

Fim Terapêutico: utilizado para prevenir doenças do coração, diminuindo o colesterol e a pressão sanguínea, melhorar o sistema imunitário e memória, prevenir cancro, matar os parasitas intestinais, funciona como estimulante sexual, antibiótico e fungicida.

Actifry • Batatas Fritas com Paprica & Alho

Andava já há algum tempo para experimentar as Batatas com Paprica sugeridas nos livros da Actifry mas como hoje é dia de paprica resolvi experimentar a receita, mas claro, com umas ligeiras adaptações!

Tempo de Preparação:
35 minutos

Ingredientes para 2 pessoas:
1 colher de sopa de alho seco
2 colheres Actifry de óleo
2 colheres Actifry de paprica doce
750 g de batata cortada em palitos

Preparação:
Misturar o óleo com a paprica e o alho.
Colocar numa tigela as batatas cortadas em palitos e adicionar a mistura anterior até todas as batatas ficarem perfeitamente cobertas.
Cozinhar as batatas na Actifry por 30 minutos (o tempo depende de diversos factores, poderá ser necessário ajustar o tempo).

Sugestão:


Paprica • Espécies de Capsicum annuum

Apresentada ao Novo Mundo pelos Espanhóis e Turcos, a paprica foi durante muito tempo uma especiaria utilizada apenas por camponeses até ao século XIX onde passou a "ser adequada aos estômagos sofisticados". Ocupa, actualmente, um local de destaque em algumas cozinhas mundiais.

Origens & Variedades Capsicum annuum: Americana, Espanhola, Mexicana, Marroquina, Húngara e Portuguesa. Variam na cor devido ao clima e variam na pungência e doçura.

Disponibilidade: seca, é obtida a partir de frutos secos.

Características:  apresenta um sabor que varia entre o adocicado e o fumado e entre o picante e o suave, podendo ser classificada como doce, agridoce e picante. O odor é delicado com notas de caramelo, podendo arder no nariz se for uma variante picante.

Uso culinário: nunca deve ser demasiado cozinhada porque fica amarga. É amplamente utilizada na indústria da carne. Combina bem com arroz, legumes, peixe e ovos.

Essencial: em mituras como goulash, chermoula, baharat, porkolt, romesco, ras-el-hanout, berbere, chili e galat dagga.

Condiz: alho, cardamomo, curcuma, pimenta e salsa.

Fim Terapêutico: utilizada para prevenir constipações e problemas de circulação.

Frango com Estragão & Limão

Esta receita é talvez a mais consumida aqui em casa quando se trata de grelhar frango! 
É saborosa, simples e saudável!

Tempo de Preparação:
30 minutos (20 minutos para marinar)

Ingredientes para 2 pessoas:
2 colheres de chá de estragão (mais um pouco para polvilhar)
2 colheres de chá de óleo
3-4 peitos de frango livres de gorduras
Sal q.b.
Sumo de meio limão

Preparação:
Temperar os peitos de frango com sal e reservar.
Misturar o estragão, o óleo e o sumo de limão e juntar ao frango. 
Deixar a marinar por uns 20 minutos.
Grelhar o frango lentamente (em principio não é necessário adicionar gordura para grelhar o frango), pouco antes do fim da cozedura polvilhar o frango com um pouco mais de estragão.
Servir e saborear!

Sugestão:
Servir acompanhado por uma salada de alface com maçã regada com vinagrete balsâmico.


Estragão • Artemisia dracunculus

Esta erva aromática é oriunda da Sibéria e da Ásia Ocidental e pela utilização abundante que tem actualmente na cozinha francesa ninguém diria que esteve durante muito tempo desconhecida na Europa.

Origens & Variedades Artemisia dracunculus: Estragão-Francês, Estragão-Russo (de menor qualidade), Estragão-Mexicano e Estragão-Espanhol.

Disponibilidade: folhas secas e frescas e os rebentos.

Características: apresenta um sabor forte, adocicado, com travo picante a anis e manjericão. O seu odor é agradável com notas de anis, pinho e alcaçuz.

Uso culinário: a sua cozedura danifica o odor (quando prolongada) e intensifica mas altera o sabor, por isso, deve ser adicionado no fim da cozedura para o sabor e cheiro característicos serem mantidos, devendo ser utilizado com parcimónia. Combina bem com peixe, criação, vinagre e batata.

Essencial: em misturas de ervas finas, ervas de Provença, molho bérnaise, mostarda de Dijon, molho tártaro e ravigote.

Condiz: endro, cebolinho, louro, manjericão e salsa.

Fim Terapêutico: utilizado no tratamento de insónia, analgésico para dor dentes, feridas ou cortes, utilizado para aumentar o apetite e eliminar toxinas do corpo.

Cultura: necessita de um solo seco e fértil mas com muito sol e deve ser protegido de geadas.

Aveia com Framboesas & Hortelã

Já a pensar no pequeno-almoço de amanhã resolvi criar mais uma receita com aveia. É de facto um ingrediente fantástico, com imenso potencial para se criarem sempre opções diferentes. Aqui fica mais uma sugestão, esta com um travo de mel caseiro!

Tempo de Preparação:
40 minutos (30 minutos em repouso)

Ingredientes para 2 pessoas:
100 g de aveia integral
100 g de framboesa
250 mL de leite
4 colheres de sopa de mel
Folhas de hortelã

Preparação:
Misturar bem o mel com o leite e adicionar à aveia.
Deixa repousar por 30 minutos (ou até à hora de servir).
Adicionar as framboesas (quanto mais tempo as framboesas estiverem na mistura, mais cor-de-rosa ela fica) e as folhas de hortelã picadas.
Saborear!


1 mesinho!

E já faz 1 mês que este meu projecto começou.
Até agora tenho conseguido manter dois dos meus objectivos: fazer um post por dia e intercalar um post sobre Especiarias & Ervas Aromáticas com um contendo uma Receita utilizando essa especiaria ou erva aromática. Às vezes não é fácil, mas o desafio é de facto bastante aliciante :)

Venha mais um mês cheio de informação útil e saborosas opções!

Obrigada a todos os que me visitam!
Niky

Chá de Rosas

Este chá é um óptimo acompanhante de pratos de caris e de uns scones ao lanche.
Fica a sugestão!

Tempo de Preparação:
15 minutos (5 minutos de repouso)

Ingredientes:
½ colher de sopa de chá preto sem sabor
1 L de água
2 colheres de sopa de pétalas de rosa seca

Preparação:
Aquecer a água até ao ponto de começar a ferver (mas sem deixar ferver).
Adicionar o chá preto e as pétalas de rosa, envolver, retirar do lume e deixar a infundir por 5 minutos.
Coar e servir quente ou frio.


Rosa • Espécies de Rosa

A fragrância das rosas é conhecida mundialmente mas as suas propriedades culinárias podem estar um pouco esquecidas. É bastante utilizada no Oriente mas ainda não ocupa um local de destaque nas cozinhas do Ocidente.

Origens & Variedades: Turquia, Bulgária, Irão e Marrocos.

Disponibilidade: botões e pétalas frescas e secas.

Características:  sabor e odor perfumado e adocicado.

Uso culinário: utilizada essencialmente nos países ocidentais como aromatizante e nos árabes como ingrediente para ser consumido de diversas formas. Combina com bebidas, sorvetes, carnes, arroz e fruta.

Essencial: em misturas como advieh, ras el habout e bharat.

Condiz: açafrão, canela, cardamomo, cravinho-da-índia e pimenta.

Fim Terapêutico: utilizada no tratamento de inflamações nos olhos, prisões de ventre, ansiedade, nervosismo, tosse, dores de garganta e bronquite. 

Aveia com Canela & Physalis

Esta bem sucedida experiência foi criada como alternativa ao Falso" Birchermüesli • Muesli com Maçã e Banana, por isso, é uma óptima alternativa para o pequeno-almoço ou o lanche.

Tempo de Preparação:
40 minutos (30 minutos em repouso)

Ingredientes para 2 pessoas:
1 colher sopa canela
1 maçã golden ralada
1 pêra rocha ralada
150 g aveia integral
2 colheres de sopa de açúcar
20-30 Physalis
300 mL leite

Preparação:

Misturar a aveia, a canela, o açúcar e o leite e colocar no frigorífico para hidratar a aveia durante cerca de 30 minutos (a aveia vai amolecer e ficar mais saborosos).

Adicionar à mistura maçã e pêra raladas com casca e envolver.
Servir com os physalis.


Canela • Cinnamomum

Conhecida como "madeira doce" na Malásia é das especiarias mais antigas do Mundo. Oriunda do Sri Lanka foi durante 200 anos um monopólio primeiro dos Portugueses e depois dos Holandeses e Ingleses.

Origens & Variedades Cinnamomum: as duas variedades mais utilizadas são a Canela Chinesa ou Cássia e a Canela do Ceilão ou simplesmente Canela (em inglês as variedades são chamadas de Cassia e Canela, respectivamente).

Disponibilidade: cascas enroladas e cascas moídas.

Características: a canela tem um sabor fragante e quente com vestígios de cravinho-da-índia e citrinos e odor quente, agradavelmente doce e lenhoso. Distingue-se da cássia pela presença de eugenol no óleo essencial, que confere à cássia uma nota de cravinho-da-índia. A cássia tem um sabor menos delicado que a canela.

Uso culinário: pode ser utilizada tanto em doces, bebidas, com frutas como em pratos de carne de carneiro, pombo, legumes e arroz.

Essencial: em misturas como garam masala, mole negro, caril de Panang, baharat, ras-el-hanout,
berbere, caris indianos, pho bo blend e as cinco especiarias chinesas.

Condiz: cardamomo, curcuma, lentisco, noz-moscada e sementes de coentro.

Fim Terapêutico: utilizada no tratamento de diarreia, constipações, dores de cabeça, náuseas, depressão, para ajudar a circulação e conservação de carne devido às suas propriedades antimicrobianas.